Há tantas coisas que requerem um tratamento a longo prazo com um dos mais potentes remédios: o tempo. Ele é capaz de operar milagres nas relações do ser com o outro, do ser com o mundo, e, a mais importante, do ser com ele mesmo. Não se vive bem sem haver paz no mundo interior.
William Shakespeare afirmou, de modo doce e sábio, que “o amor, e não o tempo, é que cura todas as feridas.”
Eu me atreveria dizer que nenhuma das duas teses comportam toda a verdade. O tempo sem o amor é como um idoso ocioso, desejante de criar, porém sem energias e disposição para isso; e o amor sem o tempo, como um mancebo, repleto de sonhos e potencialidades, porém sem a experiência que alguns anos de vida poderiam lho conceder...
Certa feita, a psicanalista Niracema Kuriki declarou, conformada, que “o tempo sempre será o tempo...”. Não há como dele fugir, ou ele dilatar, contrair... Esse severo amigo, além de nos trazer rugas, preocupações e dores, também nos presenteia com os sonhos, as experiências, os ensinos...
Podem se solidificar todas as coisas primariamente agradáveis que o tempo nos traz. Todavia, meu caro amigo ou minha cara amiga, apenas com o amor é que o sonho se torna realidade; as experiências, sabedoria; e os ensinos, aprendizado.
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