Mudanças
Como nos filmes, esperamos, ao modo romântico das coisas, mudanças repentinas e mágicas. Almejamos atingir catarses instantâneas em que ilusões se dissipam como a névoa e que a emoção entenda a razão de imediato. É por este motivo que, muitas vezes, desistimos de procurar a transformação: ela é lenta, gradual, laboriosa e sofregamente generosa. Carrega ela consigo a dor, essa mestra divina, a qual não chaga o imo dos homens em vão, mas impulsiona à ação que precede a transmutação e marca os aprendizados do ser.
Aquele que não sofre deixa de crescer... Essa visão parece pessimista se interpretada aos olhos da impotência que nos abarca em momentos de desencanto e desespero. É preciso, todavia, fidelidade ao sentimento de esperança, a fim de que não caiamos nos abismos os quais lutamos tanto para galgar.
O que difere as pessoas não são as vicissitudes que as assolam, pois que cada um recebe aquilo que lhe é merecido, mas sim a maneira que elas lidam com o sofrer. Podemos deixar que o Sol deixe de penetrar em nossos corações ao sermos atingidos por uma densa nevasca, ou correr, sangrar e suar, no intuito de subir ao topo do monte e permitir que a Luz adentre nossos mais profundos sentimentos, a dar-nos força e sabedoria para seguir viagem. Viagem esta que possui distante, porém fim certeiro: a perfeição.
"Estai, pois, firmes..." Paulo de Tarso
Sobre o autor: Pedro Lucas
Acadêmico de Psicologia na Universidade Estadual de Maringá, poeta e escritor maringaense. Autor do livro "Sombra, Terra e Céu".
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