Há
muito, divide-se de maneira desigual os esforços empreendidos nas tarefas
humanas: enquanto o serviço às coisas não-materiais é deixado de lado, a sociedade requer abusivamente no âmbito profissional, cobrando
qualidade, rapidez e lucro. Aquele que mais se empenha se destaca e, portanto,
é melhor sucedido. Esquece-se de humanar as atividades pelo fato de elas
visarem exclusivamente a moeda de César. Trabalha-se na Terra, para coisas da terra,
apenas no instante em que se vive aqui.
As ações
caridosas ao próximo, ou seja, as ações a Deus, são tidas como algo totalmente
à parte das tarefas humanas. De ordinário, atribui-se dias e horários
específicos à prática do Bem. Olvida-se o dever de viver a caridade, como o
Mestre o fez em todos os segundos de sua existência na Terra, pisando em terra, e o faz, até hoje, sem cessar.
O
trabalho voltado unicamente aos bens terrenos é como a recompensa daquele que se doa para ser reconhecido por outrem: será breve, vazio e pertencerá apenas à
matéria.
O labor
daquele que sua nas atividades cotidianas, a buscar conciliar o dever material
com o dever espiritual, é caminho benemérito através do qual se angaria as
recompensas do Céu.
É tempo
de despertar e harmonizar esforços entre os trabalhos, os quais não se excluem,
mas complementam-se para o desenvolvimento integral do Ser. É possível ser
feliz, e isso está muito mais perto do que se imagina.
(...) Inda mais que se tema de mudanças
Menos se teme a dor quando se sente.
Luís Vaz de Camões
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